O Brasil tem
condições de ter uma ótima educação pública básica:
No início dos
anos 80, o Brasil a Coreia do Sul tinham o PIB per capita e IDH similares,
ambos absurdamente baixos. O coreano era ainda mais baixo E compartilhavam da
mesma carência de e na educação formal básica.
Nessa época, a
Coreia, ainda empobrecida, já estava quase recuperada dos efeitos dramáticos e
destrutivos da guerra com a Coreia do Norte, nos anos 50 (que envolveu ainda os
EUA, a URSS e a China). E observava bem perto de si o exemplo do Japão
pós-guerra (mundial) que se tornara, na época, mais ou menos o que a China é
hoje, uma fera econômica e industrial, cujos capitais ameaçavam até a hegemonia
econômica dos EUA. Mas o Japão não era belicoso, pois fora desarmado pelos EUA
depois de perder a guerra do pacífico. Então, a Coreia, no início dos anos 80,
se espelhou no modelo de desenvolvimento do Japão.
Seguindo uma
renovação social e política, ela iniciou um amplo projeto de desenvolvimento do
país, um projeto SÉRIO, que tinha como pilar principal a implantação de uma
extensa, abrangente e parruda política pública de educação, pensada como
indispensável para o projeto desenvolvimentista ter sucesso.
Já, o Brasil dos
anos 80 (e seguintes), ficou na mesmice da condução na educação (como em tudo,
com raros voos de galinha): politiqueira e coronelesca, o nosso velho conhecido
'enrolation'.
O resultado é o
que se sabe hoje: a Coreia do Sul é atualmente uma potência econômica com
altíssimo PIB per capita e IDH, pra não mencionar sua educação pública e
particular, que figuram no topo de qualquer ranking.
E, o Brasil....
continua estagnado lá atrás, depois de mais de 3 décadas perdidas, com sua
educação básica precaríssima, assim como na saúde, na infraestrutura, na
mobilidade, saneamento etc... Da mesma forma, o PIB per capita, o IDH e a
distribuição de renda brasileiros ficaram no atoleiro da sequência de uma
ditadura militar e, depois, governos civis indiferentes aos destinos da nação.
Houve progressos, como a universalização dos anos 90 e 2000, mas com o velho
paradoxo da quantidade x qualidade que nada acrescentava ao país. Pois, a baixa
qualidade do ensino que foi implementada, carecia de uma ampla política pública
de educação, bem planejada. articulada e executada.
Isso vale pra
TODOS, independente de cores, matizes ou partidos. Salvo honrosas e históricas
exceções, que só confirmam.
Não é tão difícil copiar o exemplo coreano na educação. Ou o israelense, ou o
irlandês.
Não falta
dinheiro público reservado para a educação nas LOAs - leis orçamentárias anuais
no Brasil (os orçamentos públicos), nem ações previstas no PPAs (Planos
Plurianuais - de desenvolvimento, que são as Diretrizes, Objetivos e Metas e
que elencam os programas e projetos dos executivos) no Brasil, nas diversas
esferas da administração. A LOA e o PPA são ótimos instrumentos de planejamento
e operacionalização do Governo.
O Brasil gasta
5,4% do PIB na educação. Isso, no ranking entre as maiores economias (da OCDE),
deixa o Brasil em um ótimo 6º lugar, atrás apenas de Suécia, Bélgica, Islândia,
Finlândia e Noruega em gastos como percentual do PIB.
Ou seja, não é pouco o dinheiro que está reservado na LOA e no PPA para a
educação. Mas, historicamente, os recursos não são bem executados, e a grana
pública acaba sendo mal investida por essas bandas...seguindo interesses
vetustos.
Tá na hora de
mudar esse histórico.
Como disse, não
é difícil nem faltam recursos.
O que falta é
vontade política e vergonha na cara dos governantes de plantão...sim, o ensino
básico está praticamente universalizado, mas é de muito baixo padrão. Afinal,
manter a população com uma educação parca, insuficiente e semianalfabeta, sendo
a educação de qualidade reservada apenas a uma reduzida casta nas escolas
particulares, serve a muitos interesses vetustos (como já citei) e bem
enraizados, infelizmente...interesses obscuros e escusos!
Aí perguntam:
pra quê os políticos querem entrar no governo federal (e estadual, e municipal)
se não sabem como resolver a educação?. Me permito uma opinião não tão
original....Resposta: ENRIQUECER às custas da res publica e dizer que estão
fazendo alguma coisa "pelo povo", pra receber mais votos e se
manterem no poder 'ad nauseum'.